7 marcas que provam que Berlim é a capital do upcycling

18:21 Yahz 0 Comments


Upcycling é o processo de dar nova e melhor utilidade a materiais que estão no fim de sua vida útil sem que eles precisem passar pelo processo de reciclagem. O termo foi usado pela primeira vez pelo ambientalista alemão Reine Pilz em 1994, quando propôs dar mais valor a produtos antigos ao invés de reciclá-los, e ressurgiu no livro “Cradle-to-Cradle” em 2002, quando os autores sugeriram evitar o desperdício de materiais ainda úteis criando novos objetos a partir deles.

Na moda, o upcycling tem se mostrado a forma mais inteligente de criação de produtos, uma vez que tecidos sustentáveis ainda são escassos e não há nada mais ecológico do que utilizar materiais que já existem e seriam descartados, mantendo sua forma original, para criar novas peças com maior valor em termos de estética e qualidade.

Podemos dizer que o upcycling é a forma que os designers têm de agir em prol de uma moda mais sustentável sem que dependam diretamente do que a indústria de tecidos consegue ou não produzir no momento. 

Em Berlim, existem incontáveis iniciativas focadas em upcycling, não apenas relacionadas a moda ou a venda de produtos no geral, os designers da cidade alemã parecem bastante motivados a difundir a prática do faça você mesmo, aplicando cursos, palestras e etc, o que faz da Alemanha o berço da prática e não só da palavra. Conheça 7 marcas que provam isso:


Daniel Kroh, criador da ReClothings utiliza roupas de trabalho para criar suas peças, ele mantém vestígios do uso das roupas originais, como queimaduras de solda, rasgos ou manchas de pintura, os incorporando na composição das suas criações. O resultado são peças inovadoras que ao mesmo tempo valorizam a história de sua vida anterior.





A Schmidttakahashi que existe desde 2010, produz peças únicas a partir do reuso de roupas doadas, e quando os clientes não querem mais usar seus produtos eles os devolvem para que virem matéria prima novamente, fechando o círculo de produção. A marca acredita que roupas não são objetos anônimos, cada peça é única e contém diferentes histórias e características dadas pelo seu proprietário, por isso, todas as peças são arquivadas em um banco de dados on-line para que os clientes possam retraçar a história de cada peça por meio de um QR-Code. Assim, os antigos proprietários das roupas “processadas” podem acompanhar e contar histórias sobre elas, e os novos proprietários podem descobrir a essência das peças, comentar e continuar a história.





As irmãs Sarah e Sabrina são as criadoras da marca Kasimir, que segundo elas, faz um trabalho de eco-reciclagem, já falamos da marca aqui. As peças da Kasimir são feitas de cortinas, colchas e toalhas de mesa vintage, os tecidos extremamente ricos em padronagem e super resistentes são convertidos em jaquetas duradouras e estilosas. Além dos tecidos vintage as irmãs utilizam tecidos sustentáveis certificados para complementar, quando necessário a estrutura das peças.





A Sag+Sal, batizada com as três primeiras letras dos nomes das mães de seus criadores Andjelko Artic e Rupert Jensché, é uma marca de bolsas que tem como matéria prima mantas de impressoras offset, um material robusto e impermeável que seria descartado após sua vida útil na indústria. As bolsas são feitas com técnicas de dobradura e suas partes são unidas por pinos de metal, para evitar as costuras que não seriam bem-vindas devido a rigidez do material, as alças são feitas de cintos largos e flexíveis. As cores e tipografias pré existentes no material dão caráter único a cada peça.





Ramona Huppert, fundada em 2015, produz vestuário e acessórios em pequena quantidade, a marca utiliza como matéria prima produtos de couro, como jaquetas, calças, fivelas e estofados usados, além de tecidos de fibras naturais certificados. Cada peça upcycling é produzida individual e exclusivamente de acordo com as especificações do cliente.





A Benu Berlin cria roupas super elaboradas utilizando diversos tipos de materiais. Sua coleção “I Want To Die With My Blue Jeans On” (Eu quero morrer com minha calça jeans) feita de calças jeans descartadas foi premiada no Eco-Chic 2013 em Hong Kong. Outra coleção da marca que é bastante comentada é a “Make Love Not Fashion" (Faça amor não moda), criada do reuso de uniformes militares, pára quedas e couro.





Utilizando como matéria prima peças esportivas vintage a Pletzinger recria novas roupas, às vezes esportivas, outras não, mas sempre mantendo o caráter de conforto. O design das criações, segundo Wilfried Pletzinger, é pensado para recusar a estrutura das peças originais, excluindo qualquer vínculo nostálgico de sua estética. Para isso ele desconstrói e reestrutura as formas - e histórias - anteriores trazendo outra vida ao que era vintage e convidando o proprietário a criar um novo capítulo na história de sua roupa.




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