Há 6.000 anos civilização Inca já utilizava o corante do jeans
Mercado Pisac, Perú |
Após a chegada dos espanhóis nas Américas, pouca coisa além de pedras preciosas e metais impressionou mais que o Inca Cumbi (tecido de tapeçaria fina), principalmente por causa de sua textura de seda e suas cores brilhantes. A superioridade dos corantes andinos na época da conquista não é surpreendente, pois eles eram o resultado de observação e experimentação realizada pelos nativos sul-americanos ao longo de vários milênios, o que representa o apogeu da tecelagem e tinturaria mais antiga e mais sofisticada do mundo. Evidência da idade precoce e da complexidade de tecelagem e tinturaria andinas é o uso de tecidos de algodão com índigo (um dos corantes mais valorizados e mais globalmente difundidas, o azul do jeans).
Tais tecidos de algodão do período pré cerâmico de Huaca Prieta, costa do Peru datados de 6000 anos atrás, foram analisados por um grupo que une pesquisadores antropólogos de Portugal, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos, a análise incluiu estrutura do tecido, proveniência, fase, data de carbono e composição de índigo.
Diagrama e foto de espécime 2009.052.01.B. |
análise cromatográfica da amostra 2009.065.01.A, registada a 600 nm. |
Na análise da amostra foram encontrados vestígios de quatro outros componentes corantes além do indigotina e do indirubin, que mostram os espectros de ultravioleta-visível, componentes estes que não foram relatados em outras análises de corantes indigóide em todo o mundo.
Uma hipótese interessante, que ainda exige confirmação, é que a tecnologia de tingimento antiga favorecia a formação e absorção de indirubin pelo fio, o que teria resultado num matiz mais púrpura produzidos por um indirubin avermelhado e um indigotina azulada.
Fonte: Advances Science Mag
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